Quanto custa transferir o crédito habitação para outro banco?

O ano de 2025 trouxe sinais positivos para quem tem crédito habitação em Portugal. Depois de anos marcados por sucessivos aumentos das taxas de juro, a Euribor a seis meses desceu para valores não vistos desde 2022, acompanhando um clima de maior estabilidade no Banco Central Europeu e uma inflação mais controlada na Europa. Se o seu crédito está indexado à Euribor, poderá já ter sentido alguma redução na prestação.

No entanto, apesar desta descida gradual, as taxas ainda permanecem acima dos mínimos históricos registados entre 2015 e 2022. Para muitas famílias, as prestações continuam a representar um peso significativo no orçamento mensal.

O que representa a descida da Euribor para o crédito habitação?

Uma Euribor mais baixa reflete-se em pequenas reduções nas prestações para contratos de taxa variável, sobretudo nos que são revistos semestralmente. Ainda assim, muitos contratos assinados nos últimos anos mantêm spreads pouco competitivos e custos associados elevados, o que limita o impacto positivo da descida.

Em julho de 2025, a Euribor a seis meses encontra-se em torno de 2,5% (valor meramente ilustrativo), situando-se abaixo dos picos de 2023/24, mas ainda distante dos valores anteriores à pandemia. A expectativa é de uma evolução estável ou de ligeira descida para o resto do ano, sem grandes regressos aos mínimos do passado.

O Banco Central Europeu mantém uma postura prudente e prevê cortes graduais nas taxas, sempre com atenção à recuperação económica.

Vale a pena transferir o crédito habitação?

A resposta, para muitas famílias, é sim. 

Mesmo com a descida da Euribor, continua a ser vantajoso analisar o mercado e comparar propostas:

• Os spreads continuam a ser o principal fator diferenciador entre ofertas bancárias.
• Há bancos a oferecer spreads inferiores a 1% para novos clientes ou transferências (valor ilustrativo).
• Campanhas de taxa fixa ou mista continuam a permitir “fixar” a prestação, garantindo previsibilidade nos próximos anos.
• A concorrência entre bancos incentiva campanhas de isenção de custos na transferência: muitos bancos isentam comissões de abertura, avaliação do imóvel e até devolvem parte da comissão de reembolso antecipado ou cobrem custos de registos/documentos.
• Negociar agora pode ser determinante — com custos de vida elevados, garantir uma prestação mais baixa pode ser fundamental para o equilíbrio do orçamento familiar.
• Mesmo que a Euribor venha a descer ligeiramente, pode não compensar manter-se num crédito com um spread alto.

Exemplos de poupança ao transferir o crédito (valores meramente ilustrativos)

Estes exemplos são meramente ilustrativos. O valor real da poupança depende sempre das condições do seu contrato, das ofertas do novo banco e dos custos associados à transferência.

O que analisar antes de avançar para a transferência?

• Compare mais do que o spread: Avalie a TAEG (Taxa Anual de Encargos Efetiva Global) e o MTIC (Montante Total Imputado ao Consumidor), que refletem o custo real do crédito e permitem decisões informadas.
• Revise contratos de seguros e serviços associados: Os encargos com seguros de vida e multirriscos podem ser muito diferentes entre bancos.
• Considere o tipo de taxa: Numa fase de incerteza, taxas mista ou fixa podem trazer mais estabilidade e proteção às suas finanças.
• Procure campanhas em vigor: Muitos bancos comparticipam ou isentam custos de transferência; informe-se e aproveite para negociar.

Não adie a decisão — proteja o seu orçamento familiar agora

Mesmo com a tendência de descida da Euribor, negociar e transferir o seu crédito pode ser a chave para poupança e estabilidade nos próximos anos. O contexto económico e as condições bancárias podem mudar — o melhor momento para agir pode ser já!

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